27 de nov. de 2011

Escolas Waldorf contestam resolução que exige aluno de 6 anos na 1ª série

Por Mariana Mandelli, estadao.com.br, Atualizado: 26/11/2011 16:54

Escolas Waldorf contestam resolução que exige aluno de 6 anos na 1ª série
"AE"
Espaços abertos com muito verde, lancheiras customizadas e salas de aula com paredes cheias de pinturas. Não há sinal de cartazes com letras e números, indícios de que os alunos estão em processo de alfabetização. Enquanto alguns colégios e muitas famílias brigam na Justiça para apressar o ingresso das crianças no ensino fundamental, as escolas que seguem a pedagogia Waldorf vão na contramão: defendem que elas só entrem nesta etapa aos 7 anos de idade.

O caso das escolas Waldorf chegou ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que deve emitir um parecer específico para esses colégios, analisando a possibilidade de a criança ingressar mais 'velha' nessa etapa de ensino, nas próximas reuniões. O órgão, ligado ao Ministério da Educação (MEC), é autor da resolução que estabeleceu 4 e 6 anos completos até o dia 31 de março para ingresso na pré-escola e no ensino fundamental, respectivamente.

Na prática, Estados e municípios adotam suas próprias datas. Em meio à discussão, nesta semana, uma ação civil pública, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, propôs o fim da resolução do CNE, com o argumento de que as redes devem ter autonomia. A 2.ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco concedeu a liminar. O MEC afirma que vai recorrer da decisão.

O caso das escolas Waldorf, cuja pedagogia se baseia na ideia de que o desenvolvimento humano ocorre em períodos de sete anos, divide especialistas. 'Os pais têm o direito de optar por uma escola diferenciada para os filhos', afirma Francisco Cordão, presidente da Câmara de Educação Básica do CNE e relator do parecer. 'Proponho que a proposta da Waldorf seja aceita. Não é flexibilizar a regra. Flexibilizar seria se permitíssemos a matrícula com 5 anos.'

Cesar Callegari, também do CNE, entende que não é necessário alterar a norma. 'Se abríssemos uma exceção, fragilizaríamos uma orientação nacional, embora as redes já tenham certa autonomia', afirma. 'As escolas Waldorf podem organizar o currículo levando em conta seus preceitos. Não existe um cardápio pronto para crianças de 6 anos.'

A Federação das Escolas Waldorf no Brasil também protocolou uma consulta ao Conselho Estadual de Educação (CEE). Segundo Celso Lima Junior, advogado da federação, um dos objetivos é evitar que supervisores de ensino obriguem as crianças a passarem de ano. 'Entramos com dois processos por conta disso em São Paulo e há casos em outros Estados.'

O presidente do CEE, Hubert Alquéres, afirma que as escolas podem escolher suas datas, desde que respeitem o dia 31 de junho, estabelecido pelo Estado. 'Como as escolas Waldorf pedem que a criança complete a idade no ano anterior, está dentro do limite', explica. Ele vai pedir ao órgão para formalizar uma resposta. 'Mas já tínhamos dado essa orientação a municípios com dúvidas, por meio de documentos e de teleconferência.'

7 de nov. de 2011

Escola investe no básico e faz sucesso entre "tecnológicos"

Método de ensino valoriza atividades manuais para despertar a criatividade e conquista adeptos no epicentro da alta tecnologia mundial

Publicado em 01/11/2011 | DA REDAÇÃO, COM THE NEW YORK TIMES - COM TRADUÇÃO DE ADRIANO SCANDOLARA

O essencial

Criado pelo alemão Rudolf Steiner, em 1919, o método Waldorf chegou ao Brasil em 1956. Entre seus principais diferenciais estão:

Materiais orgânicos

Evita-se o uso de plástico e outras substâncias sintéticas. Brinquedos e objetos pedagógicos são feitos de madeira, pano ou argila.

Trabalhos manuais

Valoriza-se práticas como marcenaria, tricô e outras que exijam esforço físico, concentração e criatividade.

Artes

Música, pintura e escultura fazem parte do cotidiano dos alunos e estão presentes em todas as disciplinas. Todos aprendem a tocar algum instrumento e a cantar.

Ensino em ciclos ou “épocas”

Durante um mês, por exemplo, ocorre a “época de História”, no mês seguinte vem a “época de Matemática” e assim com todas as disciplinas.

Não à tecnologia em sala de aula

Computadores e equipamentos eletrônicos são considerados desnecessários ao desenvolvimento saudável das crianças. A pedagogia Waldorf não condena a tecnologia, mas seu uso na educação só é aceito para alunos mais velhos, a partir do ensino médio.

As principais ferramentas de ensino de algumas escolas norte-americanas localizadas no Vale do Silício – epicentro da economia tecnológica e onde estão as sedes de gigantes como Google, Apple, Yahoo e Facebook – não têm nada de alta tecnologia: quadro-negro com giz colorido, estantes com enciclopédias, mesa de madeira cheia de apostilas, lápis preto, papel e agulhas de tricô. Não há um único computador à vista. Eles não são permitidos em sala de aula e o colégio até desaprova seu uso em casa. Essa postura faz parte do método Waldorf de ensino, adotado em vários países e presente em 82 escolas no Brasil e cerca de 160 nos Estados Unidos.

Essas escolas caminham na direção oposta da grande maioria das instituições de ensino. Vincu­­lar o aprendizado com no­vas tecnologias é um caminho defendido por muitos especialistas. Contudo, a metodologia waldorfiana está focada em atividade física e aprendizado por meio de tarefas criativas e manuais. Aque­­les que apoiam essa abordagem dizem que os computadores inibem o pensamento criativo, a atividade, a interação humana e a atenção.

Entre os alunos de uma das escolas Waldorf de Los Altos, na Califórnia, três quartos são filhos de pessoas que trabalham nas grandes corporações do Vale do Silício e têm forte conexão com a informática. Alan Eagle, 50 anos, é formado em Ciência da Com­­putação e trabalha na área de co­­municação executiva do Google. Ele usa iPad e smartphone e matriculou os dois filhos, Andie e William, em instituições com essa metodologia. Como outros pais, Eagle não vê contradição na postura adotada com os filhos. A tecnologia, diz ele, tem tempo e lugar. “Eu rejeito a ideia de que se precisa de auxílios tecnológicos no ensino fundamental. É ridículo defender que um aplicativo de iPad possa ensinar meus filhos a ler ou a fazer aritmética melhor”, diz.

Comparação

Defensores do método Waldorf dificultam a comparação com outras metodologias. Em parte porque não são administrados testes padronizados nas séries primárias. Eles seriam os primeiros a admitir que alunos das séries iniciais podem não obter boas notas nessas provas pelo fato de não serem treinados segundo um currículo padrão de Matemática e Leitura. Diante disso, o debate recai na subjetividade, na escolha parental e numa diferença de opinião sobre envolvimento.

Paul Thomas, professor de Educação na Universidade de Furman (EUA) e autor de 12 livros sobre métodos de educação pública, diz que “uma abordagem parcimoniosa da tecnologia na sala de aula sempre beneficiará o aprendizado”. Contudo, ele afirma que “a tecnologia é uma distração quando precisamos de alfabetização, alfabetização matemática e pensamento crítico”.

Na área pedagógica, uma preocupação comum a respeito do método Waldorf refere-se aos casos em que um aluno é transferido para uma escola mais convencional. Na opinião da professora Maísa Pannuti, dos cursos de Pedagogia e Psicologia da Univer­­sidade Positivo, as crianças da educação infantil são as que sentem mais o impacto da mudança, já que as escolas Wal­­dorf não alfabetizam até os 7 anos de idade. Entretanto, o processo de adaptação costuma ser curto. “Eles desenvolvem muito bem outros aspectos essenciais à primeira infância. Por isso acabam se adaptando rápido”, diz Maísa.

Despedida!!!

Tenho dois filhos, sou mãe Waldorf desde 2007 e desde então apaixonada pela pedagogia e pela proposta inovadora que ela traz!

Em 2011, um grupo de mais ou menos dez pessoas comprometidas se reunia praticamente toda semana para sonhar com a construção e consolidação do Ensino Fundamental em Marília, já que a escola aqui  oferecia apenas a educação infantil e havia dado o primeiro passo com a abertura da 1ª turma do 1º ano do EF.

Foram incansáveis reuniões; idas à Botucatu na Escola Aitiara, São Paulo na Federação das Escolas Waldorf do Brasil, contatos com pessoas da Escola Francisco de Assis, da escola Anabá (Florianópolis), da Viver (Bauru), tudo para enriquecer ainda mais nosso projeto. Fizemos, no decorrer do ano, uma ampla divulgação da escola, com banner, eventos e  iniciamos um grupo de discussão/estudos com toda a comunidade de pais e amigos.

Participamos do III Congresso Brasil de Pedagogia Waldorf e seis professoras da escola estão cursando o seminário de formação em Botucatu.

Encontramos um lindo e amplo imóvel para alugar, contudo, por motivos outros não deu certo a locação. Como já estávamos no fim do ano (outubro!) e ante a necessidade de irmos para um espaço maior, foi proposta a separação física da escola: no prédio onde está instalada funcionaria a Unidade I (com berçário e maternal) e na Fazenda Cascata, ha aproximadamente um quarteirão da Unidade I, teríamos a Unidade II (com Jardim e Ensino Fundamental). A proposta não agradou a todos e como em uma Escola Waldorf quem manda é o CONSENSO, nosso projeto foi interrompido. A escola de Marília mudará para uma linda casa que abrigará perfeitamente toda a Educação Infantil..

Assim, como meu filho já está entrando no segundo setênio, decidimos correr atrás do que acreditamos: VAMOS ESTUDAR NOSSOS FILHOS EM UMA ESCOLA WALDORF.

Em 2012 estaremos em outra cidade, com novos planos, novos projetos e novas realizações!

Eu acredito na proposta trazida pela Pedagogia Waldorf.

Agradeço a todos os amigos que compartilharam comigo este sonho! Vou continuar com o Blog, trazendo cada vez mais informações de nossa experiência!

Abraços fraternos!

Andreza