25 de nov. de 2013

O Arco-Íris Um Mistério do Advento

Alfred Heidenreich

O arco-íris é uma das manifestações mais maravilhosas que a natureza produz. A criança contempla toda encantada e também para o adulto do nosso duro presente ele não deixa de ser tocante.

O arco-íris é uma imagem geral humana, luzindo por sobre justos e injustos, falando ao puro sentimento humano independente de povos ou raças. Sentimo-nos melhores e elevados, e fortalecidos em nossa confiança no mundo, sempre que sobre um banco escuro de nuvens vemos estendido o reconciliador arco de cores. Nele, a luz e a treva se interpenetram, levando ambas a harmonizar-se, criando um espelho onde, em beleza singela, se refletem profundos mistérios da vida. E a cada vez suas cores brilham magníficas como nos primórdios da Criação.

Não é de admirar que os povos de todos os tempos tenham visto no arco-íris um sinal dos deuses. Se abrirmos o Antigo Testamento, no capítulo 9 do Gênesis, lemos sobre o "sinal da aliança" que o Jeová estabeleceu após o dilúvio. E Jeová falou: "Assentei meu arco nas nuvens; ele deve ser o sinal da aliança entre mim e a terra. E quando acontecer de eu conduzir nuvens por sobre a terra, será visto meu arco nas nuvens. Então me lembrarei da aliança entre mim e vós e todas as almas viventes".

Se olharmos para o arco-íris com os olhos dos antigos gregos, precisamos estar especialmente abertos para sua natureza cromática, seu esplendor e sua plenitude de cores. Ele era para os gregos a fonte de onde os deuses alimentavam a terra com cores. Nele, se constituía toda a manifestação colorida que de maneira tão diversificada se encontra difundida pela terra. Onde o arco-íris toca a terra, por ali suas cores jorram para ela, assim pensavam eles. Ele era a paleta liquida dos deuses, da qual todas as coisas obtinham sua cor.

Para os antigos germanos o arco-íris era a ponte que levava ao Walhalla. As almas bem-aventuradas dos guerreiros de escol que habitavam o Walhalla, cavalgavam por ele para a terra, através dele os heróis tombados na luta alcançavam o castelo dos deuses. Bem alto, ele se estendia por sobre a existência comum, simbolizando o fato de que Deus e o homem não estavam separados para sempre.

As três imagens lendárias dão prova da crença na natureza divina da luz, que se revela no arco de cores e mostra sua amplitude. Todas as três contém um maravilhoso cerne de verdade. O mesmo Deus que fala ao ouvido do homem: Eu sou o A e o O, - a soma e o resumo de todos os sons, a palavra universal, o Logos - fala também aos olhos do homem, Vê, Eu sou o vermelho e o azul - soma e resumo de todas as manifestações coloridas, a luz universal. No formar-se e extinguir-se o arco-íris, é a palavra de mistérios de Deus: Vê, Eu sou o A e o O, traduzida para a linguagem da luz.

É interessante notar, como a revelação divina se misturava com o respectivo caráter do povo. Os antigos hebreus, que por primeiro na humanidade desenvolveram o pensamento intelectual, revestiam sua vivência com a linguagem do direito. Esse povo, o qual tinha o elemento jurídico no sangue desde o princípio, considerou a revelação de Deus como uma aliança, como um contrato. Os gregos, que olhavam para o mundo com uma alma infinitamente sensível, abarcavam a verdade que contemplavam com sentimento artístico. Expressavam-na em imagens de contos artísticos. Os antigos germanos eram dos três povos o mais jovem, que com ingente vontade juvenil, ingressaram na História. Assim, também abarcaram a revelação cósmica divina com sua natureza volitiva. O arco-íris tornou-se ponte pela qual se podia tomar o céu, de assalto. Mas no Cristianismo, onde é o lugar para o arco das cores? Podemos deixar-nos conduzir a ele por meio das orações da época do Advento do Ato de Consagração do Homem. Essas orações mencionam as imagens da natureza que profeticamente falaram aos olhos dos antigos sábios. Elas também se referem ao luzir do arco-íris que se estende pelo céu. Mas elas também nos ensinam a entender, que a antiga vivência do arco de cores a certa altura começou a extinguir-se, os poderes divino-espirituais deixaram de estar presentes nele. Embora ainda hoje seja tão belo quanto antes, o é, todavia, como obra de Deus. Ainda hoje admiramos sua beleza com olhar pensativo, mas seria inadequado cair de joelhos e adorá-lo. Nos tempos antigos isto era diferente, pois os seres divinos habitavam nele. Estes o abandonaram. E para onde foram? Entraram no envoltório de um homem. O A e o O que dantes falava ao homem pelo sussurrar da floresta, pelo murmúrio das águas, pelo sopro do vento, pelo rugir da flama, quando chegou a virada dos tempos passou a soar na boca de um homem: Eu sou o A e o O. E a luz cósmica espiritual, da qual jorrava a sabedoria para o homem a partir do carro solar e do esplendoroso arco de cores, quando o tempo se cumpriu, jorrou de um ser humano: Eu sou a luz do mundo. O que antigamente falava ao homem lá fora no cosmos, através do arco colorido, hoje fala ao homem através da auréola de Glória do Cristo. Na aura do Cristo, na Glória do Cristo, fala de um novo modo. Assim o vemos até pintado no quadro dos nossos altares. E agora, o homem, que em si abrigou o Cristo, deve irradiá-lo para a Natureza exterior. Agora, o homem, em amor e conhecimento, deve devolver a palavra que o Cristo lhe trouxe das alturas do céu. Agora a luz espiritual deve responder dentro do homem, quando a beleza do arco-íris encanta seus olhos sensoriais. Então o mundo voltará a ser um, como era no princípio. 

18 de nov. de 2013

Meditação para os dias da semana - Rudolf Steiner

SEGUNDA FEIRA

Cereal: Arroz
Órgão: Cérebro, órgãos do sentido, pele
Planeta: Lua
Metal: prata

A fala. Dos lábios de quem aspira a um desenvolvimento superior só deve emanar o que tiver sentido e significado.

Todo falar somente por falar- por exemplo, com a intenção de fazer passar o tempo- é nesse sentido prejudicial.

Devemos evitar o tipo comum de conversa onde se fala de qualquer assunto, numa mistura inconseqüente, por outro lado, não devemos excluir-nos da convivência com nosso próximo.

É justamente no contato com os outros que a conversa deve assumir caráter de significância. Que se dê resposta a qualquer interlocutor mas de forma pensada em todos os sentidos! Gostar de silenciar. Procure falar nem demais nem pouco.Primeiro escutar, depois digerir. Esse exercício é chamado Palavras Certas.


TERÇA-FEIRA

Cereal: Cevada
Órgão: vesícula-biliar
Planeta: Marte
Metal: Ferro

As ações exteriores não devem perturbar o nosso próximo. Quando nosso ser íntimo (consciência) nos leva a atuar, devemos ponderar cuidadosamente sobre a melhor maneira de corresponder ao bem do todo, à felicidade permanente do próximo, à essência eterna.
Quando atuamos a partir de nós mesmos, por uma iniciativa própria, pesar de antemão a fundo os efeitos de nossa atuação.
Este é chamado também de AÇÃO ACERTADA


QUARTA-FEIRA

Cereal: Painço
Órgão: bexiga/pulmão
Planeta: Mercúrio
Metal: Mercúrio

A organização da existência. Viver de acordo com a natureza e o espírito; não se dissipar nas futilidades exteriores da vida. Evitar tudo que traz inquietude e agitação. Não atuar apressadamente, mas também não ser indolente. Considerar a vida como um meio para a atividade, para a elevação e agir em consequência.

Chama-se neste sentido também de PONTO DE VISTA CERTO.


QUINTA-FEIRA

Cereal: Centeio
Órgão: Fígado
Planeta: Júpiter
Metal: Estanho

A ASPIRAÇÃO HUMANA. Devemos ter cuidado de não empreender nada que ultrapasse as nossas forças, mas tão pouco deixar de fazer o que estiver dentro delas. Olhar além do imediato e do dia a dia, fixar metas (ideais) unidas com os deveres mais elevados do Homem, por exemplo, buscar desenvolver-se por meio dos exercícios indicados com a finalidade de poder ajudar e aconselhar ao próximo mais intensamente, embora não seja num futuro imediato.

Isto pode ser resumido em TRANSFORMAR TODOS OS EXERCÍCIOS PRECEDENTES EM DISPOSIÇÃO DURADOURA.


SEXTA-FEIRA

Cereal: Aveia
Órgão: Rim, Intestino
Planeta: Vênus
Metal: cobre

A disposição de aprender da vida o mais possível. Nada acontece que não se nos preste a experiências úteis na vida. Se fizemos algo de forma errada ou incompleta, isto será um motivo para fazer algo semelhante, numa ocasião posterior, correta e perfeitamente.

Vendo agir os outros, devemos vê-los sob o mesmo critério ( embora sempre com um olhar carinhoso). Não devemos fazer nada sem lembrar vivências que possam ser uma ajuda em nossas decisões e realizações. Pode se aprender muito de qualquer ser humano, inclusive de crianças.
Este exercício é chamado de MEMÓRIA CERTA, isto é, a lembrança certa da experiência que se teve.


SÁBADO

Cereal: Milho
Órgão: Esqueleto/Medula Óssea
Planeta: Saturno
Metal: chumbo

Prestar atenção às representações mentais ( pensamentos ). Ter somente pensamentos relevantes, Aprender a distinguir paulatinamente nos pensamentos entre o essencial e o acessório; entre o eterno e o efêmero; entre a verdade e a mera opinião.

Ao escutar o discurso do próximo, procurar permanecer calmo em intervir e renunciar a todo consentimento e, principalmente a todo juízo negativo (crítica, negação), também nos pensamentos e sentimentos.
Esta é a chamada OPINIÃO CERTA


DOMINGO

Cereal: Trigo
Órgão: coração
Planeta: Sol
Metal: ouro

Decidir-se ainda nos atos mais insignificantes, somente com base numa ponderação total. Afastar da alma todo atuar impensado, todo fazer desprovido de significado. Deve-se ter, para tudo, razões bem ponderadas. Deixar de fazer aquilo que carece de um motivo significativo.
Se estamos convencidos da retidão de uma decisão tomada, devemos nos ater a ela com toda a firmeza de ânimo.
Este é o chamado JUÍZO CERTO que não depende de simpatia ou antipatia.