1 de nov. de 2012

Crescer dói, transformar mais ainda

Muita coisa já aconteceu neste ano de 2012... Mudança de cidade em busca de uma Escola Waldorf, de amigos, aprofundamento nos estudos Antroposóficos, participação no Congresso Iberoamericando de pais, no coral da escola, nos mutirões, confraternizações, reuniões de sala, workshops.... 

Juntamente com meus filhos, sinto que aprendi muito nesses 09 meses de Escola Waldorf em Bauru. 


As crianças definitivamente estão amando a escola e eu cada dia mais encantada com essa tal de Pedagogia Waldorf. É tão maravilhosa que percebo diariamente o avanço na construção interior dos meus pequenos.


Visível a construção deles e a efetiva transformação de meu ser.


Tive a oportunidade de, neste ano, fazer parte de um RAMO da Sociedade Antroposófica, estudar uma obra importante de Steiner (O conhecimento dos Mundos Superiores) e a partir daí, participar do Encontro Micael realizado em setembro na Escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo, saindo de lá praticamente um membro da SAB, tamanha a simpatia e empatia pelos princípios que norteiam a Antroposofia.


Posso dizer que estas vivências foram um divisor de águas em minha existência e os motivos que desencadearam em mim uma grande crise que experimento atualmente.


Isto porque, dentre as infinitas coisas que aprendi, pude sentir o peso da necessidade de termos interesse pelo ser humano, pelos seus sentimentos, pelas suas angústias. Da necessidade de "ouvirmos o outro", sem preconceito, sem julgamento e, principalmente, de ao menos tentarmos levar luz onde há escuridão - palavras estas ditas com grande propriedade em uma oficina pela nossa querida Ute Craemer, uma mulher de ação.


Entendi que Antroposofia é atitude e que o Espírito da Época (Micael) avalia as reais consequências de nossos atos, sem interferir sequer minimamente nos mesmos. Que de nossas experiências passadas devemos extrair percepções e, a partir destas, vermos como podemos melhorar e como podemos colaborar com a evolução da humanidade.


Ocorre que não raramente me deparo com pessoas que de algum modo estão ligados à Antroposofia ou PW que sequer se esforçam para que essas transformações aconteçam.


Sim, aprendi também que o autodesenvolvimento, a autoeducação é muito pessoal, muito particular. Que cada ser humano tem seu tempo, sua biografia, seu EU. Contudo, tenho uma imensa necessidade de vivenciar tudo isso na prática e, quando vejo a dificuldade de uma comunicação não violenta por parte de algumas pessoas que convivo, sinto uma enorme tristeza em meu coração. Precisamos olhar para nós mesmos e perceber em que ponto do autodesenvolvimento estamos. Precisamos ao menos ter interesse por isso. 


Para mim, as pessoas que se envolvem com a Pedagogia Waldorf são convidadas a uma autoeducação e não é coerente negar esse convite.


Sim, ouvi também que a antroposofia está dentro de cada um de nós e que não devemos procurar no outro... É verdade.... Mas que delícia seria ver meus companheiros de estudo, de luta e de esperança juntos, numa comum unidade. Como seria lindo cada um tocar seu instrumento, em seu tom, mas num ritmo harmônico. O mais interessante é que temos o mesmo foco, as mesmas esperanças...


Com esse sofrimento, que é meu, e tão somente meu, cresço a cada dia. Percebo o quanto o mundo é bom, belo e verdadeiro. 


Percebo o quanto a verdade é preciosa em nosso sistema e como ela é forte. Sempre aparece.


Crescer dói, mas o mais maravilhoso é sentir que, ao contrário do que parece, quanto mais me desenvolvo, mais acredito no ser humano.


Uma comunidade Waldorf mais fraterna é possível e eu, tenho a pequena tarefa de entender qual é o meu papel nisso tudo.... Vou dormir com essa.


Boa noite.

Andreza

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