29 de jan. de 2012

Escolas Waldorf se diferenciam por sua metodologia de ensino

Ingressar na escola somente aos sete anos de idade. Espaços abertos em meio a natureza, lancheiras customizadas e ensino adequado a faixa etária. Estas são algumas das características da Pedagogia Waldorf, que tem seu embasamento na concepção de desenvolvimento do ser humano introduzida por Rudolf Steiner*. Essa concepção leva em conta as diferentes características das crianças e adolescentes segundo sua idade para o ingresso na escola e o tipo de aprendizado, diferentemente de alguns colégios e famílias que chegam a brigar na justiça para incluir suas crianças cada vez mais cedo nas escolas.

Por tudo isso o caso das escolas Waldorf chegou ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para analisar a possibilidade de a criança ingressar mais ‘velha’ nessa etapa de ensino. O órgão, ligado ao Ministério da Educação (MEC), é autor da resolução que estabeleceu o mínimo de quatro e seis anos completos até o dia 31 de março para ingresso na pré-escola e no ensino fundamental, respectivamente.

Para a médica Elaine Marasca, presidente Da Liga dos Usuários e Amigos da Arte Médica Ampliada (LUAAMA), ‘o respeito ao desenvolvimento infantil é o respeito à maturação integral da criança nos níveis físico (maturidade neurológica), psíquico (maturidade emocional) e espiritual (maturidade do próprio eu). Estes processos precisam de prontidão correta para que se consiga uma interiorização de conteúdos e outros aprendizados para um desenvolvimento integral e harmônico. A precocidade exige um esforço que ainda não encontra ‘solo’ para um correto desenvolvimento, complicando e confundindo o desabrochar saudável da individualidade.’
Na Pedagogia Waldorf o ser humano é visto do ponto de vista físico, anímico e espiritual. Cultiva-se o querer (agir) através de atividades em praticamente todas as aulas; o sentir é incentivado por meio de abordagens artísticas encontrada em todas as matérias, além de atividades artesanais específicas para cada idade; e o pensar é cultivado gradativamente desde o início da escolaridade até o ensino médio, tendo o mesmo ‘peso’ e cuidado que o sentir e o agir. 

O fato de não se exigir ou cultivar um pensar abstrato, intelectual, muito cedo é uma das características marcantes da Pedagogia Waldorf em relação a outros métodos de ensino. ‘Por exemplo, não é recomendado que as crianças aprendam a ler antes de entrar na 1a série. Outro aspecto que merece destaque nas escolas Waldorf é a ausência do computador antes do ensino médio, pois este força um pensamento lógico-simbólico. Sabemos que a linguagem do computador é a mesma se eu ‘brinco’ de contar borboletas ou se desenvolvo um teorema’, explica a médica que também é Mestre em Educação e autora do livro ‘Saúde se aprende, educação é que cura’.

As escolas Waldorf são totalmente livres do ponto de vista pedagógico e cada uma é independente da outra. O que as une é somente o ideal de concretizar e aperfeiçoar a pedagogia de Rudolf Steiner, com o objetivo de formar futuros adultos livres, com pensamento individual e criativo, sensibilidade artística, social e para a natureza, bem como a energia para buscar livremente seus objetivos e cumprir os seus impulsos de realização em sua vida futura. 

*Rudolf Steiner – filósofo, educador, artista e fundador da Antroposofia, da Pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica e da medicina antroposófica. Com uma sistematização de precisão científica, apresenta o homem de maneira integral, considerando o físico, a psiqué (alma) e a individualidade (eu).

Sugestão de fonte:
Dra. Elaine Marasca – médica, mestre em educação, autora do livro Saúde se aprende, educação é que cura e presidente da Liga dos Usuários e Amigos da Arte Médica Ampliada (LUAAMA)

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